Terceiro encontro do Agro Norte foca no avanço da fruticultura amazonense com inovação e capacitação

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Amazonas (SENAR AR/AM) realizou, nos dias 11 e 12 de julho, o Terceiro Encontro do Agro Norte, com foco exclusivo na cadeia produtiva da fruticultura. O evento reuniu técnicos de campo, supervisores e estudantes da rede ETEC, com o objetivo de promover capacitação técnica, especialmente em práticas de manejo integrado e controle de pragas e doenças, fundamentais para o desenvolvimento sustentável do setor no estado.

A fruticultura tem ganhado cada vez mais destaque na economia amazonense, impulsionada pela riqueza da biodiversidade local e clima favorável. Frutas como açaí, cupuaçu, abacaxi, maracujá e mamão são cultivadas em larga escala, e aprimorar os métodos de cultivo é essencial para melhorar a qualidade e a competitividade dos produtos, tanto para o mercado interno quanto externo.


Capacitação com foco em soluções sustentáveis

A programação foi dividida entre atividades teóricas e práticas. O primeiro dia teve início com um café da manhã e as boas-vindas da gerente técnica do SENAR AR/AM, Fernanda Melo, e do consultor do SENAR Central, Valdecir Queiroz, especialista em agricultura orgânica. Em sua apresentação, Queiroz destacou a importância da capacitação contínua: “O curso é de fitossanidade voltado para as culturas da Região Norte. No primeiro dia, fizemos trabalhos teóricos e práticos, onde os participantes absorveram bem o uso de práticas culturais, defensivos naturais e químicos menos agressivos. No segundo dia, fomos a campo para observar pragas e doenças na prática, e desenvolver soluções de controle com produtos locais, como óleos essenciais e plantas da flora amazônica. Isso reduz a dependência de insumos externos e torna a produção mais sustentável”, afirmou.


A engenheira agrônoma e supervisora ATeG no Amazonas, Genícia Menezes, também participou da programação e destacou a importância da experiência para o aprimoramento profissional: “O Agro Norte trouxe a possibilidade de melhorar nosso conhecimento, especialmente na fruticultura. Tivemos a oportunidade de ir a campo com técnicos e estudantes para verificar se a metodologia aplicada será absorvida pelo produtor. Isso gerou um ganho na atualização dos nossos conhecimentos e na forma de repassar essas informações, com foco nas culturas locais como banana, mamão e maracujá”, disse.

A supervisora ainda ressaltou o crescimento da produção de pitaya em Manaus, que vem se consolidando como uma das principais cidades produtoras da fruta no país.


Prática em campo reforça aprendizagem

No segundo dia, o grupo visitou o Sítio Katarina, na Estrada Manoel Urbano (Km 58), propriedade da produtora rural Zélia Zenaide, para aplicar na prática as técnicas aprendidas. O ponto alto foi a montagem de sistemas de multiplicação de microrganismos, com destaque para o Método GP, uma técnica sustentável de produção de defensivos naturais.

O agrônomo e técnico de campo em Lábrea, Edinaldo Oliveira, valorizou a oportunidade: “O Agro Norte está agregando muito à minha formação. Quando trabalhamos com pequenos e médios produtores no interior, nem sempre temos acesso a tecnologias e inovações. O curso está nos mostrando que a agricultura orgânica é viável e pode ser implementada com baixo custo, aproveitando a biodiversidade local para formular produtos que reduzem os custos de produção com eficiência”, afirmou.


Na parte da tarde, os participantes elaboraram macerados e bioinsumos, como o TMT (Torta de Mamona com Trichoderma), reforçando a abordagem prática do curso. Para a agrônoma Etiene Silva, técnica de campo da ATeG em Itacoatiara, a formação trouxe uma nova perspectiva: “Para a nossa realidade, o curso é inovador. Aqui, usamos majoritariamente defensivos químicos, e essa capacitação trouxe alternativas sustentáveis. Aprendemos a combater doenças com microrganismos benéficos. O TMT, por exemplo, é fácil de fazer, usa produtos disponíveis na propriedade e dá resultados em apenas três dias”, explicou.

Ela destacou ainda que os produtos ensinados são acessíveis e de fácil aplicação, facilitando a adoção pelo produtor rural.

Produtora anfitriã elogia experiência

A visita ao sítio foi também uma oportunidade para a produtora Zélia Zenaide, de Manacapuru, conhecer novas alternativas para o enfrentamento de pragas em sua lavoura: “Foi uma experiência muito boa. Agradeço a todos pela escolha da minha propriedade. As alternativas que estão nos ensinando são muito importantes. Os defensivos estão muito caros e muitas vezes não dão resultado. Essas soluções simples podem ajudar muito, e a gente não tinha conhecimento”, disse.


A capacitação garante aos participantes a certificação pelo SENAR Nacional no Agro Norte, com o intuito de promover a inovação e a capacitação contínua para o fortalecimento da fruticultura amazonense e um agronegócio cada vez mais produtivo e sustentável.


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