A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) promoveram, na quarta-feira (7), em Brasília, um workshop técnico para discutir a elaboração e gestão de projetos financiados pelo Banco Mundial.
O objetivo foi capacitar técnicos das federações de agricultura dos estados e regionais do Senar sobre a metodologia do Banco para o gerenciamento de projetos. Representando a regional do Amazonas, estiveram presentes, a superintendente do SENAR-AM, Jeyn's Martins Alves, o gerente administrativo e financeiro, Cláudio Macedo e a assessora de projetos, Fanny Felix. Questões sociais e ambientais, avaliação de indicadores de desempenho e aspectos financeiros foram alguns dos temas das palestras.
Na abertura do evento o presidente da CNA, João Martins, afirmou que o produtor rural brasileiro é responsável e comprometido com a produção sustentável. “Estamos convictos de que não podemos pensar apenas da porteira para dentro e sim, pensarmos o que mundo espera do Brasil, que é produzir com qualidade e sustentabilidade”.
O diretor-geral do Senar, Daniel Carrara, destacou a importância da parceria entre a entidade e o Banco Mundial como benefício para o setor agropecuário brasileiro. “As ações mais recentes têm associado geração de renda com sustentabilidade ambiental. Além de levar soluções para o campo, essa cooperação também tem ajudado o país a cumprir as metas do Acordo de Paris”.
Carrara citou o Projeto ABC Cerrado como caso de sucesso da parceria. “O Senar treinou quase 8 mil produtores em tecnologias de baixa emissão de carbono. Ao todo, os técnicos visitaram mais de 1.900 propriedades rurais. Outro resultado foi a recuperação de 300 mil hectares de pastagens degradadas no bioma Cerrado”.
O coordenador de Desenvolvimento Sustentável e Infraestrutura do Banco Mundial, Renato Nardello, disse que o evento foi uma oportunidade de compartilhar conhecimento e informações sobre projetos financiados pela instituição.
“A parceria com o Senar tem sido importante para capacitação dos produtores rurais. O ABC Cerrado, por exemplo, apresentou resultados positivos e superiores ao planejado. Essa relação também trouxe um novo projeto: FIP-Paisagens Rurais, que vai orientar produtores a cumprirem a legislação ambiental também no Cerrado”.
Para o assessor técnico da Superintendência de Relações Internacionais da CNA, Thiago Masson, o workshop permitiu aproximar ainda mais as equipes técnicas e os dirigentes das duas organizações.
“Existe uma grande complementariedade entre os objetivos do Banco e a prateleira de serviço do Sistema CNA/Senar no que diz respeito ao desenvolvimento rural sustentável. Ao reiterar o compromisso do sistema com a gestão eficiente de projetos de cooperação, abre caminhos para novas parcerias internacionais”.
A primeira palestra sobre a atuação do Banco Mundial no setor agropecuário foi apresentada pela analista de Operações, Julia Conter, e pela especialista sênior em Desenvolvimento Rural, Fátima Amazonas. De acordo com Julia, o Banco disponibiliza cerca de US$ 60 bilhões anuais em empréstimos e doações aos 189 países-membros.
Já Fátima informou que o atual portfólio conta com 33 operações ativas e os maiores volumes de investimentos estão na região Sudeste (39%) e no Nordeste (37%). “Desde 1970, a instituição viabilizou mais de 2,2 bilhões de dólares para o financiamento de 48 projetos de redução da pobreza rural e promoção do desenvolvimento rural, com foco na região Nordeste”.
Em seguida, as analistas financeiras Fernanda Balduino e Patrícia Melo falaram sobre a gestão financeira de projetos e aspectos fiduciários. Assegurar a correta utilização das regras e dos recursos para os propósitos acordados e identificar riscos são objetivos do Banco e que foram apresentados pelas representantes.
A última palestra da manhã foi conduzida pelo especialista sênior em Aquisições, Sinuê Aliram. O tema foi Aquisições e licitações na prática: princípios e regras gerais do Banco Mundial.
No período da tarde, o evento foi iniciado com a exposição da economista agrícola Bárbara Farinelli sobre monitoramento e avaliação de indicadores de desempenho de projetos. “Utilizamos ferramentas para rastrear o progresso da implementação das atividades”.
Por fim, a especialista em Salvaguardas Ambientais do Banco mundial, Maria Inês Ramos, destacou o objetivo das novas normas que é promover o desenvolvimento de forma sustentável e eficaz, com base nos princípios de respeito aos direitos humanos e ao meio ambiente.
O Sistema CNA/Senar realizou na terça (6) uma reunião preparatória para o workshop. Alguns temas foram apresentados aos participantes, como novas fontes de recursos financeiros, a participação do Senar no Projeto ABC Cerrado, a assistência técnica e gerencial (ATeG) e a formação de novas parcerias.
Texto: com informações da Assessoria de comunicação da CNA
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Fotos: Wenderson Araujo