O Senar/AM promoveu um seminário online com o tema "Água e Saúde: a importância deste recurso na qualidade de vida do homem rural", ministrado por Carmem Langbeck, formada em Ciências Naturais, em Educação e Gestão Ambiental e finalista do curso de Tecnologia em Processos Químicos. A especialista explicou a composição da água, disposição no meio ambiente e no corpo humano, qualidade, uso racional e a realidade de consumo em ambientes onde não há tanta disponibilidade, como é o caso das áreas rurais.
Entre as ideias trazidas por Carmem, destacam-se:
O mito de que o agronegócio gasta muita água
Para defender o ponto de vista, se baseou no conceito de que "agronegócio USA a água, a cidade GASTA água", mostrando que no processo de irrigação, por exemplo, a água vai para os lençóis freáticos ou é absorvida pelas plantas, voltando para o meio ambiente em forma de transpiração (vira nuvem e chuva), diferentemente do que ocorre nas cidades, onde há consumo, a combinação com detergentes e outros produtos e a água é gasta, de fato, sem contar os desperdícios com vazamento, uso indiscriminado e inconsciente.
Saneamento básico rural - falta de infraestrutura e disponibilidade
O desafio em relação ao saneamento básico e consequentemente da qualidade da água foi abordado na apresentação, onde mostrou dados preocupantes: “Se já é deficiente nas áreas urbanas, dotadas de maior infraestrutura, a situação é ainda pior no campo, onde há 50% menos acesso e 30% menos oferta do serviço”, comenta. Carmem compartilhou experiências durante viagens à comunidades do interior do Amazonas no fim de 2020, onde pôde constatar de perto situações de famílias que não tinham sequer água nem banheiro em casa.
Tratamento da água onde não há água encanada
Carmem explicou as formas de tratar da água com os métodos tradicionais e efetivos de fervura, filtragem e cloração, fazendo uso de água sanitária. E deu dicas sobre como aplicar de acordo com a realidade das áreas rurais.
Hidratação do corpo e saúde
Reforçou ainda a importância dos produtores rurais cuidarem da hidratação do corpo, já que estão bastante expostos ao sol, mantendo a reposição de água no organismo.
Segundo a instrutora, é preciso ter um olhar diferenciado para o homem do campo e levar novas perspectivas que contribuam para a melhoria da qualidade de vida. "A gente não faz ideia de como podemos mudar a vida das pessoas, com o conhecimento, com a informação. A gente tem uma responsabilidade como instrutor e não tem noção do impacto.", concluiu.
Para a supervisora do Senar-AM, Genícia Menezes, os eventos de promoção social, como os webinars que estão sendo realizados em formato online, assim como as demais atividades educativas oferecem a oportunidade de conhecer a realidade dos produtores. “O Senar tem a prática de levar os instrutores para o campo e dessas experiências surgem uma rica troca de conhecimentos”, destaca.
