
ço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR - AR/AM) realizou nos dias 25 e 26 de julho de 2025 o quarto encontro do programa AgroNorte, que teve foco na cadeia de Apicultura e Meliponicultura. O evento capacitou produtores e interessados nas técnicas de criação de abelhas, com e sem ferrão, no contexto rural do Amazonas.
A programação do primeiro dia foi dedicada à teoria da apicultura. Os participantes tiveram a oportunidade de aprofundar conhecimentos sobre a introdução ao curso, alimentação suplementar de abelhas, produção de rainhas e manejo de colmeias. A tarde foi reservada para o estudo sobre controle de pragas e doenças, além dos serviços de polinização.
A abertura do programa contou com as boas-vindas do Presidente do Sistema FAEA/SENAR Amazonas, Muni Lourenço, da Superintendente do SENAR Amazonas, Jeyn´s Alves, da Gerente Técnica Fernanda Melo, e da Gerente Administrativo Financeiro Joycione Santos.
A superintendente Jeyn's Alves ressaltou a importância da capacitação do programa para o estado: "Estamos realizando o programa AgroNorte, um programa de grande importância e relevância para capacitar e ampliar os conhecimentos dos nossos técnicos de campos e egressos do nosso curso de educação formal CNA Jovem e todos os nossos instrutores e técnicos de campo que atuam justamente para levar ao produtor rural o que há de melhor de atualização de referência dentro das suas cadeias produtivas, tudo para agregar ainda mais na produtividade rural dos nossos produtores rurais amazonenses."
A capacitação foi conduzida pelo Dr. Heber Pereira, zootecnista, instrutor e consultor técnico do SENAR Nacional e criador de abelhas. Ele destacou as particularidades do estado: "Estamos aqui no estado do Amazonas, um estado que tem particularidades em relação a outros estados da região norte. E dentro do programa AgroNorte estamos trazendo informações valiosas sobre algumas cadeias produtivas. Eu venho trazer informações sobre apicultura e meliponicultura, onde observamos que aqui no estado do Amazonas há uma maior aptidão pela meliponicultura, enquanto alguns estados da região norte acabam tendo a apicultura como uma cadeia produtiva mais bem estruturada."
No segundo dia, as atividades combinaram teoria e prática no Sítio Bom Futuro Lago Azul, localizado na comunidade Acará, em Manaus. O foco foi a meliponicultura, com revisão de biologia, diversidade de abelhas sem ferrão (ASF), alimentação suplementar, manejo de colônias (multiplicação, transferência, fortalecimento e monitoramento) e polinização com meliponíneos. A parte prática inclui preparo e aplicação de alimento suplementar (xarope e bombom proteico), abertura de caixas para observação das estruturas internas (mel, pólen, cria), simulação de divisão de colônias ou transferência de ninhos, e avaliação do potencial de polinização com base nas espécies presentes. Ainda no contexto prático do segundo dia, o programa também permitiu a observação e o debate sobre o manejo geral de abelhas, incluindo insights sobre a apicultura (criação de abelhas com ferrão), abrangendo temas como alimentação, produção de rainhas e estratégias de controle de pragas e doenças, elementos importantes para a cadeia produtiva de mel e outros derivados.
O instrutor Heber reforçou que o treinamento foi "extremamente pertinente, porque muitos técnicos, por mais que atuassem em outras cadeias produtivas, puderam aproveitar conhecimento das ações das abelhas e do efeito dela sobre o ambiente". Ele citou o caso de um técnico de fruticultura que, após o curso, "entendeu melhor que tipo de abelha estava visitando um pé de acerola numa propriedade rural" e, agora, "sabe hoje que tipo de abelha que é e como fomentar o aumento da quantidade dessas abelhas na região e melhorar a produção de alguns cultivos de frutas".
A visão dos participantes reforçou a importância da iniciativa. Agatha Zane, médica veterinária e participante do CNA Jovem representando o Amazonas, relatou: "A capacitação em apicultura e meliponicultura complementou muito do que eu aprendi durante a faculdade. Por se tratar de um curso focado somente nisso, acabou que eu conheci métodos que são aplicados a campo e que eu posso trabalhar com outros produtores. Também agregou muito no meu conhecimento pessoal sobre as abelhas, sobre a importância delas para o nosso ecossistema, para toda a nossa cadeia reprodutiva e a forma como ela ajuda no nosso mundo."
Zane ainda destacou os métodos de divisão de colônias: "os métodos de divisão das colônias, como a gente faz para conseguir possuir mais colônias, sem ter que fazer captura delas ou mesmo comprar de outros apicultores e meliponicultores. Fazer a divisão das nossas próprias colônias facilita ainda mais o trabalho dentro das propriedades."
Do município de Boa Vista do Ramos, o engenheiro florestal Francisco Marinho, que atua na meliponicultura e apicultura, trouxe a perspectiva da realidade local. Ele informou que seu município é "considerado um dos municípios com potencial de produção de mel, onde a gente tem em torno de 85 famílias que fazem parte do sistema de produção da meliponicultura". Com o acompanhamento do SENAR desde novembro de 2024, que atua com 30 famílias, o objetivo é "aumentar essa produção e também com o objetivo de aumentar o número do plantel na sua propriedade". Marinho pontuou a relevância da assistência técnica: "a maior dificuldade do produtor é realmente a assistência técnica para acompanhar essa atividade. Então o SENAR despertou no produtor uma forma de desenvolver cada dia mais essa atividade por meio do acompanhamento técnico."
Para o técnico de campo, a participação no AgroNorte vai contribuir muito na execução da sua atividade no dia a dia: “Foi uma coisa incrível que está acontecendo na minha vida como profissional. Primeiro, conhecer pessoas novas, pessoas que já têm um conhecimento, como o instrutor que está ministrando, ele tem um conhecimento empírico, um conhecimento muito complexo da atividade. Então para a gente isso só vem a somar, para a gente agregar valor à atividade e esse conhecimento transmitir para o produtor a forma correta de como ele vai, a partir de então, desenvolver tecnicamente, de forma correta as atividades." Ele ainda destacou o valor de adquirir conhecimento em apicultura, que antes não dominava, somando-o à sua experiência em meliponicultura na região amazônica.
Texto: ASCOM – Faea Senar Fundepec/AM
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