Conquista: 14 municípios do Amazonas recebem reconhecimento internacional de zona livre de aftosa sem vacinação

Conquista: 14 municípios do Amazonas recebem reconhecimento internacional de zona livre de aftosa sem vacinação

Nesta quinta-feira (27), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) promoveu uma Live sobre o reconhecimento internacional de três novas zonas livres de febre aftosa sem vacinação, entre elas, o Amazonas. O evento contou com a presença da ministra Tereza Cristina, do secretário de Defesa Agropecuária Mapa, José Guilherme Leal, dos governadores do Mato Grosso, Mauro Mendes; do Paraná, Ratinho Junior, do Amazonas, Wilson Lima, e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, o vice-governador de Rondônia, José Atílio, o diretor do Centro Panamericano de Febre Aftosa (Panaftosa), Ottorino Cosivi, do secretário de Produção e Agronegócio do Acre, José Aristides Junqueira; o diretor de Saúde Animal do Mapa, Geraldo Moraes, do presidente da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), deputado federal Sérgio Souza, além de parlamentares e representantes de secretarias dos estados, em Brasília.

Na sede da TV Encontro das Águas, em Manaus, participaram da transmissão simultânea o secretário de Estado de Produção Rural (Sepror), Petrúcio Magalhães, o presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Amazonas (FAEA), Muni Lourenço, o diretor-presidente da Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do estado do Amazonas (Adaf), Alexandre Araújo, o presidente da Agência de Desenvolvimento Sustentável, Michele Bessa, o presidente do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas, Valdenor Cardoso e o superintendente federal de Agricultura no amazonas, Guilherme Pessoa.

Durante o evento foram destacados os esforços para manter a saúde dos rebanhos e o atendimento dos critérios e diretrizes gerais para a vigilância da febre aftosa, de acordo com o Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (Pnefa). O cumprimento destes requisitos garante que 14 municípios amazonenses tenham o status sanitário de zona livre de febre aftosa sem vacinação. Em seu pronunciamento, a ministra Tereza Cristina reforçou a importância da notícia para o mercado nacional.

"Neste dia anunciamos uma importante conquista para a agropecuária brasileira. Durante a 88ª sessão geral da organização mundial de saúde animal, foi aprovada a resolução nº 13, que confere o reconhecimento internacional a novas zonas do Brasil como livres de Febre Aftosa sem Vacinação. O estado do Rio Grande do Sul, o Paraná, Rondônia, Acre, 14 municípios e 5 municípios do Mato Grosso passam ao status sanitário de livre de febre aftosa sem vacinação, com reconhecimento da OIE. O Brasil possui agora 44 milhões de cabeças de gado em área livre sem vacinação, o que corresponde a 20% do nosso rebanho bovino. No caso da suinocultura, quase 50% passa a estar em zona sem vacinação, e 58% dos frigoríficos de abate suíno com SIF (Serviço de Inspeção Federal) estão em regiões com esse novo status sanitário", destacou a ministra ao citar que anteriormente, apenas o estado de Santa Catarina possuía esse reconhecimento.

O governador Wilson Lima, em sua fala, comentou sobre os avanços e do trabalho realizado no Estado para que essa conquista fosse possível, mesmo num mercado que enfrenta uma desconfiança internacional por alguns segmentos ambientalistas e na perspectiva regional, reforçou as ações realizadas que apontam para novos caminhos de fortalecimento da economia.

“Ao longo de décadas, se discutiu muito a necessidade de fortalecer outras atividades econômicas que pudessem complementar a Zona Franca. E hoje, o Governo do Estado e Federal, dá uma resposta muito significativa, porque isso agrega valor ao que é produzido na região sul do Estado, onde há um potencial muito grande para o agronegócio, não só para a pecuária, mas para a plantação de grãos, como é o que está acontecendo em Humaitá, onde temos uma atividade de transporte de grãos e de soja. O Estado é o que mais compra da Agricultura Familiar, através do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA)”, salienta.

O presidente da FAEA, Muni Lourenço, falou da importância deste selo e reconhecimento para o Estado. "Representa indiscutivelmente uma conquista histórica que coloca a pecuária amazonense em um patamar de destaque tanto a nível nacional como mundial e atesta o padrão sanitário de excelência da sanidade do rebanho desses municípios do Sul do Amazonas. Esse status sanitário permite acesso dos produtos da cadeia produtiva da pecuária a novos mercados, inclusive em exportações para países que priorizam e valorizam a carne bovina de áreas livres de aftosa sem vacinação", comemora.

Segundo Lourenço, essa conquista proporcionará incremento no desenvolvimento econômico dos 14 municípios e mais geração de emprego pela atividade, e também traz a expectativa de valorização dos subprodutos da pecuária junto ao mercado, que se amplia sobretudo com a perspectiva até mesmo de exportações e tudo isso a partir de uma atividade produtiva em harmonia com a sustentabilidade ambiental.

Atualmente 68% do rebanho do Amazonas está em região livre de aftosa sem vacinação, o equivalente a 1.2 milhão de cabeças de gado da região Sul do Amazonas. E quando obtém o reconhecimento de sanidade sem vacinação, o produtor pecuarista reduz custos com a compra de vacinas e pode investir em melhorias no manejo do rebanho de sua propriedade. Além de demonstrar que mantém alta qualidade de seus processos. Isso abre possibilidades de incremento na economia regional. "A perspectiva é de valorização de todos os produtos da pecuária dos treze municípios, isso com reflexos diretos nos preços da arroba do boi e também lácteos, o que poderá variar em função dos negócios a serem concretizados a partir desse reconhecimento internacional", comenta Lourenço.

Os municípios abrangidos pelo status novo sanitário são Apuí, Boca do Acre, Canutama, Humaitá, Lábrea, Manicoré, Novo Aripuanã, Pauini, Guajará, Envira, Eirunepé, Ipixuna, Itamarati e parte de Tapauá. O reconhecimento também foi dado aos estados do Acre, Rondônia, Rio Grande do Sul, Paraná e parte do Mato Grosso. Até 2026, a meta do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento é que todo o território brasileiro seja considerado livre de febre aftosa sem vacinação.

Avanços para o setor e contribuições da FAEA

Muni Lourenço fez questão de citar a parceria de todos os agentes para o desenvolvimento do mercado do agronegócio e comentou sobre os avanços e a contribuição do setor privado, com destaque para as iniciativas lideradas pela Faea, tais como a criação do fundo emergencial privado (Fundepec), há cinco anos. “Mais de 7 mil pecuaristas do Amazonas aderiram voluntariamente ao fundo privado, que foi solicitado pelo Ministério da Agricultura e que hoje já teve a oportunidade de colaborar no fortalecimento da defesa da Agropecuária, doando materiais, milhares de brincos para os animais que tiveram amostra de sangue coletada na sorologia”, enfatiza.

Ele comenta que a entrega da certificação é resultado de uma longa e árdua estrada, de mais de cinco décadas de dedicação, de esforço, de integração entre os entes do governo federal, do Estado e nós do setor privado, colocando a pecuária do Amazonas numa situação que permitirá acesso a novos mercados que priorizam a compra de carne de áreas livres de febre aftosa sem vacinação.

Mas, não apenas o mercado externo pode ser beneficiado. Muni acredita no potencial de criação de novos negócios, mesmo diante dos desafios que o Amazonas enfrenta com o contexto de pandemia e também de cheia que vem trazendo graves prejuízos para o produtor, especialmente o pequeno. Atualmente, há casos de sucesso de negócios locais que estão investindo em produtos diferenciados, como é o caso do Frigorífico Amazonas, inaugurado em 2020 em Humaitá, e que trabalha com produtos de alta qualidade e cortes especiais como picanha, prime, chouriço de origem 100% amazonense.

“Esse reconhecimento estimula que empreendimentos invistam cada vez mais, gerando emprego e renda no Amazonas. E tudo isso com sustentabilidade, provando que é possível conciliar produção de alimentos e sustentabilidade ambiental”, conclui Muni.

Texto: Assessoria de Comunicação Senar-Am/Faea/Fundepec

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Fotos: Lucas Silva/Secom

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