A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) está apresentando o posicionamento do agro brasileiro na 25ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP) em Madri, na Espanha. O documento foi construído com a participação das entidades do setor.
“Esse documento vai externar para os negociadores brasileiros e internacionais, a ONU e os compradores do agronegócio brasileiro, o posicionamento e as expectativas do setor em relação à cúpula do clima”, afirmou o presidente da Comissão Nacional de Meio Ambiente da CNA, Muni Lourenço.
No posicionamento, a Confederação reitera o compromisso do produtor rural com a redução das emissões de gases de efeito estufa com adoção de tecnologias de baixa emissão de carbono e boas práticas agrícolas e pede que a comunidade internacional reconheça os esforços já realizados pelos produtores brasileiros como ações antecipadas de mitigação.
A conservação da vegetação nativa em áreas privadas no Brasil chega a 218 milhões de hectares, área equivalente à superfície de 10 países europeus, de acordo com dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR).
“O produtor rural brasileiro adota cada vez mais tecnologias para melhorar a rentabilidade com sustentabilidade ambiental, mostrando que o Brasil conseguiu construir um modelo de crescimento rural de forma verticalizada, poupando área e respeitando o meio ambiente”, ressaltou Lourenço.
Outro item do posicionamento levanta a necessidade dos países que são considerados os que mais emitem gases de efeito estufa financiem, por meio de projetos de cooperação, doações ou transferência de tecnologias, as ações de adaptação de outros países como o pagamento por serviços ambientais. O tema, inclusive, está previsto no artigo 6.4 do Acordo de Paris.
Além disso, o documento destaca que o setor privado está comprometido com a transformação agropecuária por meio de projetos que permitam incorporar tecnologias e ações para uma produção mais resiliente. Outro compromisso assumido pelo agro é aumentar a geração de bioenergia e biocombustíveis a partir da biomassa da cana-de-açúcar para substituir a matriz de combustíveis fósseis.
“Desde a celebração do Acordo de Paris, o total de emissões evitadas atingiu 240 milhões de toneladas de gás carbônico. Além disso, a Política Nacional de Biocombustíveis (Renovabio) propõe reduzir os GEEs em mais 10% na matriz de transportes nos próximos 10 anos”, ressalta o posicionamento.
A COP25 em Madri acontecerá de 2 a 13 de dezembro e discutirá as obrigações dos países para o cumprimento do Acordo de Paris, previsto para entrar em vigor em 2020. O posicionamento do setor agropecuário será entre aos negociadores brasileiros e estrangeiros durante a conferência e também está disponível para consulta aqui.
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