​Amazonas recebe certificação internacional da OMSA como zona livre de febre aftosa sem vacinação

Em um marco histórico para a agropecuária brasileira, o estado do Amazonas recebeu nesta quinta-feira (29) a certificação internacional de “zona livre de febre aftosa sem vacinação” concedida na 92ª Sessão Geral da Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA), durante a cerimônia realizada em Paris, na França. A conquista posiciona o estado entre os principais produtores com potencial de acessar mercados mais exigentes e valorizados no cenário global.

A certificação representa um salto de credibilidade para a pecuária amazonense, ao mesmo tempo em que chancela décadas de trabalho coletivo entre produtores, governos e instituições do setor. O reconhecimento amplia as oportunidades de exportação de carne bovina e bubalina, especialmente para países que exigem status sanitário elevado.

Comitiva amazonense: presença institucional e técnica

Entre os representantes do Brasil presentes à solenidade em Paris, o presidente do Sistema FAEA/Senar-AM, Muni Lourenço, que integrou a comitiva amazonense e também representou os produtores rurais como parte da delegação do Sistema CNA/Senar.

Muni destacou a importância da conquista para o setor primário do estado: “Sem dúvida, uma conquista histórica para nosso setor rural, fruto de um árduo trabalho de mais de cinco décadas. Foi amplo o esforço dos pecuaristas amazonenses em parceria com os governos. Agora, o horizonte é ainda mais promissor para nossa pecuária. Vamos em frente, pecuária amazonense!” O presidente também reforçou o papel decisivo dos produtores e das entidades de apoio: "O nosso reconhecimento ao grande esforço de todos os produtores rurais amazonenses, pecuaristas, que garantiram durante esses anos a sanidade dos seus rebanhos. E agora, com esse reconhecimento internacional, temos aí perspectivas muito promissoras para o crescimento da nossa pecuária amazonense, gerando mais emprego, renda e desenvolvimento.”

A comitiva amazonense foi composta por representantes do governo estadual, entre eles Daniel Borges, secretário de Estado da Produção Rural (Sepror), e José Omena, diretor-presidente da Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Amazonas (Adaf). Ambos tiveram participação ativa na construção das políticas sanitárias e estruturais que levaram o estado a alcançar esse novo patamar.


Impactos para o Amazonas

Com a certificação, o Amazonas passa a ter acesso a mercados que antes estavam restritos devido ao uso da vacinação. A eliminação da vacina, além de reduzir custos para o produtor e para o Estado, melhora a competitividade da carne amazonense no mercado externo e fortalece sua imagem como produto de alta qualidade.

A medida também tende a fomentar a geração de emprego e renda no setor agropecuário, além de consolidar o Amazonas como um estado comprometido com a excelência sanitária e sustentabilidade da pecuária.

Erradicação da febre aftosa no Brasil: contexto e desafios

A conquista amazonense faz parte de um movimento nacional. Em 2024, o Brasil alcançou o status de país livre de febre aftosa sem vacinação, resultado de um esforço coordenado entre pecuaristas, entidades de classe, governos estaduais e o Ministério da Agricultura, por meio do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PNEFA).

A febre aftosa, conhecida por sua rápida disseminação e alto impacto econômico, forçava a interdição de áreas e o sacrifício de animais nos focos identificados. Desde o último registro da doença no país, em 2006, nos estados do Paraná e Mato Grosso do Sul, as ações de erradicação se intensificaram.

Mesmo com a retirada da vacina, a vigilância continua sendo essencial e o país mantém medidas rigorosas de controle sanitário e se prepara para atuar com ferramentas estratégicas como o banco de vacinas e o fortalecimento do sistema de rastreabilidade individual de bovinos e bubalinos, conforme prevê o Plano Nacional de Identificação Individual de Bovinos e Búfalos (PNIB).


Linha do tempo da conquista amazonense

A seguir, os principais marcos que pavimentaram o caminho do Amazonas até o reconhecimento internacional:

2003 - Instituição do Programa de Erradicação da Febre Aftosa no Amazonas, com a extinta Comissão Executiva Permanente de Defesa Agropecuária (Codesav), precursora da atual Adaf.

2004 - Identificação de foco da doença no município de Careiro da Várzea, intensificando as ações para erradicação.

2008 - Início da “Agulha Oficial”, ação de vacinação em 12 municípios.

2012 - Criação da Lei 3.801, estabelecendo a Adaf, com autonomia administrativa e financeira.

2O13 - Amazonas recebe a classificação de risco médio (BR-3) para febre aftosa pelo Ministério da Agricultura.

2017 - O estado é classificado como zona livre de febre aftosa com vacinação pelo Ministério da Agricultura.

2018 - O Amazonas é certificado pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como área livre de febre aftosa com vacinação.

2021 - Treze municípios do Amazonas recebem reconhecimento internacional da OIE como zona livre de febre aftosa sem vacinação.

2024 - O estado conquista, oficialmente, o status de livre de febre aftosa sem vacinação

2025 - Conquista final: o Amazonas é oficialmente certificado pela OMSA como zona livre de febre aftosa sem vacinação.


Texto: ASCOM – Faea Senar Fundepec/AM
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