Evento em prol da recuperação de áreas degradadas na Amazônia, a partir da difusão de princípios e tecnologias de produção sustentável, é realizado em Manaus, pela primeira vez, numa parceria entre o Sistema Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), juntamente com o Ministério da Agricultura e Embrapa. A ação Dia de Campo: Tecnologias Sustentáveis no Bioma Amazônia, reuniu cerca de 100 pessoas dentre produtores rurais, de municípios da região metropolitana da cidade, pesquisadores e representantes de instituições como Sepror, ADS, Seplancti, Sema e OCB/AM.
As atividades do projeto de Recuperação de áreas Degradadas na Amazônia (PRADAM) ocorreram em vários estados da Amazônia legal como: Acre, Pará, Mato Grosso, Maranhão, Amazonas e Rondônia com seminários e atividades de campo. Em Manaus, o evento foi realizado na estação experimental da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), na BR-319.
Ao fazer a abertura da cerimônia do evento Dia de Campo, o presidente do Conselho Administrativo do (SENAR-AR/AM), Muni Lourenço, destacou o quanto a Embrapa é importante para o setor primário por tudo que já fez pelo agronegócio e pela produção rural brasileira, e ressaltou que é possível, sim, produzir alimentos sem agredir a natureza. “Nós já estamos construindo no Amazonas, um modelo de produção rural que respeita o meio ambiente. O dia de campo proporciona a possibilidade não só de o produtor assistir palestras, mas, sobretudo, visitar unidades demonstrativas onde estão implantadas as tecnologias”, mencionou.
Durante o evento, os produtores rurais tiveram a oportunidade de participar de palestras com pesquisadores da Ceplac e Embrapa, além de visitarem as áreas onde são feitos os estudos do experimento que associa pupunha para palmito, cajá, gliricídia, laranja e pimenta do reino. A produtora rural, Alvina Gomes, fala o quão é importante participar de eventos como o Dia de Campo. “Eu aprendo que nós não podemos queimar, não podemos jogar veneno para matar o mato, porque ele seca e acaba; aqui, aprendemos como plantar corretamente”, disse.
Para o superintendente do Ministério da Agricultura no Amazonas, João Batista Jornada da Jornada, o tamanho continental do Amazonas, e os gargalos no aspecto da logística não resultam em desânimo para os produtores rurais. “O Pradam deverá trazer muitos benefícios a longo prazo. Acredito que com o tempo e a adesão de mais produtores, nós conseguiremos baixar os custos e melhorar a logística”, explicou.
E como forma de disseminar essas boas práticas no plantio na região, a instrutora do SENAR/AM, Michelle Oliveira, participou do primeiro módulo da capacitação de técnicos do PRADAM, realizado na Embrapa Agrossilvipastoril, em Sinop (MT). “Temos que desvincular a ideia de que sustentabilidade é sinônimo de pobreza. Mostrando que é economicamente viável, nós conseguimos trabalhar essa mudança de hábito no produtor”, enfatiza.
Presidente Muni Lourenço, durante a abertura do Dia de Campo