Produtores investem em conhecimento e Amazonas cresce no setor leiteiro

Trinta e seis produtores rurais do Amazonas, de oito municípios, participam da 16a Exposição Brasileira do Agronegócio do Leite em Belo Horizonte. Eles foram ao mais importante evento da área leiteira, com o objetivo de buscar conhecimentos no setor, a partir da tecnologia voltada aos laticínios e as queijarias artesanais. “Esta é a primeira vez que participo da Megaleite e saio daqui renovado e com a certeza de que estou fazendo a escolha certa ao sair da pecuária de corte para a leiteira”, afirmou João Gomes Brandão de Presidente Figueiredo, que está investindo R$ 400 mil para criar sua queijaria na Fazenda Cristo Rei, na BR-174 no quilômetro 152.

A exemplo de Brandão, outros produtores rurais, como Franrossi Lira, de Silves, também encontrou na Megaleite a melhor opção para se atualizar sobre a área e impulsionar suas atividades leiteiras em seu município. “Na minha Fazenda Santo Antonio, na margem esquerda do Igarapé Açu, na comunidade São João, produzo 80 litros de leite por dia. Faço queijo coalho e coalhada, tudo com leite cru, da forma mais tradicional que existe no Amazonas. Vim aqui, porque quero dobrar meu plantel de gado e meu foco é a espécie Girolando, que se adapta muito bem com nossa rusticidade e tem excelente produção leiteira, podendo uma vaca, com melhoramento genético, superar 18 litros por dia”, comentou.

Organizada pelo Sebrae e com apoio da Federação Agropecuária do Amazonas (FAEA), a comitiva visitou queijarias nos municípios de São Roque de Minas, na Serra da Canastra, onde estão as principais queijarias artesanais de Minas Gerais.

Queijarias do município de Araxá também foram visitadas pela comitiva, especialmente a Fazenda Sonata (Minerim), a melhor do mundo em queijo artesanal, que, recentemente, venceu na categoria Super Ouro no Concurso Mundial de Queijos do Tour da França. “Nós trouxemos os produtores rurais especializados em queijarias artesanais do Amazonas, para mostrar que eles podem se referência nacional e internacional com o queijo coalho, por exemplo, desde que estejam dentro dos padrões de manejo, saúde animal, mesmo que a base seja o leite cru. Ter um rebanho com boa performance genética da raça Girolando, como tem disponibilizado o Sebrae, é fundamental”, comentou Erivan dos Santos Oliveira, coordenador da comitiva pelo Sebrae.

Para Aldrin Santos Silva, proprietário da Fazenda Aturiá em Autazes, que tem um plantel de 114 vacas Girolanda, a Megaleite é o principal palco da economia leiteira do País e deve ser visitada todos os anos. “Aqui, todos aprendemos com as experiências de sucesso no setor”, comentou. Ele se interessou, especialmente, pelo desempenho das queijarias da Serra da Canastra, onde com o emprego do leite cru consegue-se fazer queijos de alto padrão e premiados internacionalmente.

Referência

As queijarias artesanais do Estado de Minas Gerais são consideradas referências de tecnologia e qualidade artesanal, com excelente manejo, certificação sanitária e cura do queijo, que vai de 15 até 70 dias, com padrão de saúde e baixo custo, já que a base é a utilização do leite cru. As principais foram visitadas pela comitiva de técnicos e empresários do Estado do Amazonas.

FONTE: Jornal A Crítica

AUTOR: Antônio Ximenes (*Especial para A crítica)

FOTO: A Crítica/Divulgação


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