Produtores orgânicos apontam dificuldades enfrentadas em toda a cadeia produtiva

As dificuldades enfrentadas pelos produtores rurais que trabalham com alimentos orgânicos no Amazonas, incluindo falta de apoio, logística e assistência técnica, foram discutidas em Audiência Pública na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), nesta segunda-feira (25). O evento, em comemoração à Semana dos Alimentos Orgânicos, feito pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Pesca, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Cappadr), é dirigida pelo deputado estadual Dermilson Chagas (PDT), que comandou os trabalhos. A presidente da Associação dos Produtores Orgânicos do Amazonas (Apoam), Miriam Carvalho, destacou as dificuldades enfrentadas pelos 20 produtores associados, que trabalham no Assentamento Tarumã-Mirim, no Pau-Rosa, situada no Km 21 da BR-174, que começam pelas estradas vicinais, sem manutenção, falta de transporte para escoar produção e de assistência técnica. Os assentados produzem banana, hortaliças, frangos, ovos, mas têm dificuldade para levar essa produção para feiras e mercados. O coordenador da Rede Maniva de Agroecologia (Rema), Márcio Menezes, fez uma explanação da real situação do produtor rural local, defendendo a produção orgânica e agroecológica e sua comercialização no Amazonas. Na opinião do representante, “é possível aumentar o número de produtores orgânicos, mas para isso se faz necessário vontade política para mudar a lei já existente, que não contempla toda a cadeia”. Segundo Menezes, existe uma legislação estadual em vigor que não atende o pleito dos defensores da agroecologia, porque não inclui a assistência técnica específica. O coordenador disse que, normalmente o técnico que dá assistência ao produtor rural que trabalha com produtos orgânicos é o mesmo que dá assistência ao que trabalha de forma convencional, utilizando adubos químicos e venenos. “Isso gera uma dicotomia”, frisou o representante destacando a falta de agroindústria que faça o processamento do produto orgânico. Revisão O deputado Dermilson Chagas destacou que o Estado tem produção significativa do guaraná, abacaxi e açaí, sem contudo, investir em agroindústrias para fazer o processamento e vender para outros mercados. “É vergonhoso o Amazonas ter um potencial econômico incrível, diante da grande demanda de produtos da bioeconomia, que podem ser transformados em orgânicos, a partir de uma certificação, mas não se investe”, disse, lembrando que tais investimentos podem ser grandes geradores de emprego e renda. No decorrer dos trabalhos, os representantes de órgãos públicos da esfera estadual e federal, que tratam das ações do setor primário, destacaram o que está sendo feito no sentido de estimular a agricultura orgânica no Estado. O representante do Idam, Malvino Salvador, disse que a produção orgânica se faz presente em seis municípios, sendo eles: Manaus, Rio Preto da Eva, Itacoatiara, Presidente Figueiredo, Iranduba e Careiro da Várzea. O presidente da Federação da Agricultura do Estado do Amazonas (Faea), Muni Lourenço, disse que existe uma demanda crescente por alimentos orgânicos na capital amazonense, assim como de produtores interessados em produzir alimentos saudáveis. “Mesmo os agricultores tradicionais tem tido a preocupação de evitar agrotóxicos contra as pragas”, assegurou. O assessor da Conab-AM, Thomaz Meirelles defendeu a utilização de espaços urbanos ociosos em Manaus e arredores para serem utilizados na produção de produtos orgânicos. Também participaram da Audiência Pública o superintendente do Ministério da Agricultura do Amazonas (Mapa), João Fernando Barreto; o superintendente do Ministério do desenvolvimento Agrário do Amazonas (DFDA), Arivan Ribeiro Reis; a representante do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária no Amazonas (Incra), Acácia Lima Neves; representante da Sepror, engenheiro floresta, Eduardo Rizza, a secretária de Políticas Sociais da Fetagri, Maria do Rosário Fernandes e outros. Fonte: http://www.ale.am.gov.br
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