Amazonas inicia vacinação contra febre aftosa em 650 mil cabeças de gado
O Governo do Amazonas iniciou a vacinação contra a febre aftosa em 41 municípios do Estado no último dia 1° de abril. Ao todo, 650 mil cabeças de gado deverão ser imunizadas nos próximos 45 dias. Trata-se do rebanho localizado em áreas de várzea, que têm o calendário de vacinação antecipado pela Secretaria de Estado de Produção Rural e Sustentabilidade (Sepror) por conta do período de cheia.
O Estado possui atualmente 1,5 milhão de cabeças de boi. Os demais 850 mil, distribuídos em 21 municípios considerados de terra firme, seguem o calendário do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA), que é de maio a novembro, segundo o diretor-presidente da Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (Adaf), Sérgio Rocha Muniz.
A vacina chega até os produtores por meio dos escritórios do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam), presente em todos os 62 municípios do Estado. O Idam e a Adaf são órgãos vinculados à Sepror. As doses são adquiridas pelo Governo do Estado por meio de licitação e saem subsidiadas para o produtor pelo preço de R$ 0,60.
A disponibilização é feita de acordo com o cadastro do produtor junto à Adaf, que é atualizado pelo sistema de georreferenciamento com o quantitativo de animais correspondentes. A partir daí é feito o controle: encerrada cada etapa de vacinação, os produtores que não comprovarem a vacinação nos escritórios estão sujeitos a multas e proibidos de comercializar os animais. Nesses casos, o rebanho pode ser vacinado sob acompanhamento e fiscalização do serviço veterinário oficial. No Amazonas, a multa é de R$ 40 por cabeça de gado não imunizada.
Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas ( FAEA) Muni Lourenço Júnior, “ é muito importante que os pecuaristas do Amazonas, vacinarem seus rebanhos, para que agora possa ampliar o selo de classificação de um estado Livre da Febre Aftosa, o que vai proporcionar melhoria na genética animal e a valorização da nossa pecuária” afirmou o presidente.
Boca do Acre, parte de Lábrea e parte de Canutama estão livres de febre aftosa com vacinação. O resto do Amazonas está na zona de classificação de médio risco, segundo parâmetro do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). O estado de de Santa Catarina é o único considerado pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como livre de febre aftosa sem vacinação.
“Estamos aguardando o resultado do teste de sorologia feito no início do ano para saber a nova classificação do Amazonas. Acreditamos no trabalho de imunização e conscientização feito pela Adaf para melhorar essa classificação de risco”, afirmou o secretário de estado de Produção Rural e Sustentabilidade, Sidney Leite. O teste de sorologia foi feito com autorização do MAPA e o resultado está previsto para o mês de julho.
“Fizemos os testes por amostragem, escolhemos as propriedades que vão entrar, fizemos a visitação prévia e colhemos o sangue do animal para saber de há a presença do vírus. Neste caso, esses animais não podem ser imunizados na campanha de vacinação para não interferir no resultado”, explicou Sérgio Muniz.
Os 41 municípios em que iniciaram as ações de imunização estão localizados nas calhas do Solimões e do Amazonas. São eles: Alvarães, Amaturá, Anamã, Anori, Atalia do Norte, Autazes, Barreirinha, Benjamin Constant, Beruri, Boa Vista do Ramos, Borba, Caapiranga, Careiro ,Careiro da Várzea, Coari, Codajás, Fonte Boa, Iranduba, Itacoatiara, Itapiranga, Japurá, Jutaí, Manacapuru, Manaquiri, Manaus, Maraã, Maués, Nhamundá, Nova Olinda do Norte, Parintins, Rio Preto da Eva, Santo Antônio do Içá, São Paulo de Olivença, São Sebastião do Uatumã, Silves, Tabatinga, Tefé, Tonantins, Uairini, Urucará e Urucurituba.
A febre aftosa é uma doença infecciosa aguda que causa febre, seguida do aparecimento de vesículas (aftas), principalmente, na boca e nos pés de animais de casco fendido, como bovinos, búfalos, caprinos, ovinos e suínos. A doença é causada por um vírus, que pode se espalhar rapidamente, caso as medidas de controle e erradicação não sejam adotadas logo após sua detecção. O vírus também pode ser transportado pela água, ar, alimentos, pássaros e pessoas (mãos, roupas e calçados) que entraram em contato com os animais doentes.
Fonte: http://www.blogdafloresta.com.br/