Nova Unidade de Conservação Ambiental no Amazonas prejudicará agricultores

A criação de uma unidade de conservação ambiental, numa área de quase 1 milhão e 500 mil hectares, envolvendo os municípios amazonenses de Manicoré (Distrito de Santo Antônio do Matupi) e Apui, poderá trazer graves transtornos sociais e problemas econômicos a região já ocupada por produtores agrícolas e projetos pecuários. A informação é do presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas (FAEA), Muni Lourenço Silva Júnior, após encontro realizado com o presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Roberto Vizentin. O presidente do ICMBio, segundo relatou Muni Lourenço, mostrou-se disposto a abrir diálogo com as lideranças representativas da região, tanto de produtores quanto de políticos do Amazonas que estão preocupados com as consequências negativas da proposta. Em princípio poderão ser prejudicadas pela criação dessa nova unidade de conservação 100 famílias de produtores rurais e 150 planos de manejo sustentável, numa área onde estão sete mil cabeças de gado, com produção de carne e leite. A decisão de propor a criação da unidade de conservação ambiental foi tomada no final do ano passado pela Câmara Técnica de Destinação Massiva, coordenada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e integrada por entidades como a Fundação Nacional do Índio (Fuani), ICMBio, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), Secretária do Patrimônio da União(SPU) e a Secretaria da Biodiversidade. Este órgão define e propõe a criação de áreas voltadas para a preservação do meio ambiente no país. Análise cuidadosa - O presidente da FAEA destacou a seriedade da questão e disse ser preciso uma análise cuidadosa do tema pelo poder público. A decisão de criar a unidade de conservação foi “tomada sem nenhuma consulta ao governo do Amazonas e aos prefeitos dos municípios”, lembrou o presidente da FAEA. O que estamos reivindicando, disse ele, é a “reavaliação da medida de modo a proteger pequenos e médios produtores rurais da região”. O fato é que, caso seja mantida a criação da referida unidade de conservação - ainda na dependência de um decreto da presidente Dilma Rousseff para a sua efetivação – estará sendo colocada “em risco empreendimentos pecuários numa área com cinco mil hectares de pastagens e de criação de gado bovino”, acrescentou o presidente FAEA. O presidente da FAEA encontra-se em Brasília, tratando do assunto, desde quarta-feira (18), onde manteve diversos encontros com lideranças políticas do Congresso Nacional, do Governo Federal, além de uma conversa com o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins. Muni Lourenço está acompanhado de 20 produtores rurais e de líderes como o representante da Associação dos Produtores Rurais e Pecuaristas do Matupi, Fábio Carvalho, e do pecuarista da região que pode ser afetada pela criação dessa unidade de conservação, Eduardo Zucolotto, além de advogados da assessoria jurídica da CNA. Houve, também, uma audiência do grupo com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. Está participando também das conversas, em Brasília, a Secretária do Meio Ambiente do Estado do Amazonas, Kamila Amaral.
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