DIA DO PECUARISTA

Não costuma ser uma data lembrada e nem muito divulgada, mas 14 de outubro: Dia do Pecuarista, é antes de tudo um dia de reflexão, não só para a classe, mas para todos em geral. Ao lermos jornais e revistas que tratam de Agropecuária, encontramos matérias louvando os recordes da produção agrícola brasileira, pois com dinamismo, empreendedorismo e um suporte importantíssimo da Embrapa, que entre outros feitos, transformou nosso cerrado em um celeiro na produção de grãos, feito que não só fez do Brasil um dos maiores exportadores e produtores de alimentos do mundo, como também salva o PIB brasileiro ano após ano, fica sempre a pergunta: e a Pecuária?. Embora também esteja vivendo um período de sucesso, embalada pelo nosso boom agrícola, nossa atividade celebrada este mês, gera discussões e incertezas para muitos produtores, pois tornou-se uma cultura que cada vez mais é empurrada para as fronteiras da região Norte de nosso país. Este deslocamento deve-se aos ganhos impressionantes das nossas Lavouras, o que faz da nossa Pecuária uma espécie de primo pobre, com pecuaristas tendo que assistir seus colegas agricultores celebrarem as margens de rentabilidade com incredulidade e surpresa. Vemos muitas inovações surgirem para melhora de nosso rebanho, seja para abate ou produção de leite. Na verdade a aspereza tão já conhecida da atividade leiteira, como a necessidade urgente de se abater novilhos de mais qualidade e mais precocidade são buscadas incessantemente pelas inovações, que surgem a cada dia, porém tratam-se de melhorias que não alcançam a todos, as dificuldades de implementação em um país de dimensões continentais, o custo elevado para se produzir, além do Código Tributário precário que afeta a todos seguido de uma Legislação Trabalhista retrógrada inibem a produtividade. Esta complexidades de problemas afetam os ganhos e margens de quem vive da Pecuária, a ponto de alguns meios de comunicação, como a Folha de São Paulo, a colocarem como uma das atividades menos rentáveis do agronegócio, com margem de rentabilidade de 2%,dado que alguns especialistas apontam que pode nem chegar a este numero. Segundo a revista Exame o Brasil tem o maior rebanho bovino comercial, é o principal exportador de carne do mundo, mas sempre pecou pela baixa eficiência de suas fazendas e pela carne de qualidade questionável, pelo menos na comparação com os bifes americanos e argentinos. Na média um pecuarista brasileiro cria 1,3 boi por hectare e obtêm 75% da carne produzida por um americano com o mesmo número de cabeças, lá criam-se 8 bois por hectare. É um atraso histórico. Mas apesar de nossas deficiências, temos o que comemorar, e muito, pois a busca pela qualidade já produz frutos como dados que nos são apresentados pela Associação Brasileira de Inseminação Artificial, onde ano passado tivemos 7,6 milhões de doses comercializadas , fazendo com que a cada ano 40.000 novos animais de elite cheguem ás propriedades brasileiras, e pouco a pouco vão melhorando o nível geral da boiada no país. Mas o caminho ainda é longo, apenas um quinto das fazendas brasileiras já alcançou a produtividade de americanos e argentinos. Os criadores calculam que só em vinte anos alcançaremos a média desses países. Para quem estava estagnado no século passado não deixa de ser uma boa noticia. Escrito por Rubens Correia Barros Neto.
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