Parceria entre FAEA/Senar e Exército Brasileiro beneficia moradores da fronteira

Os amazonenses moradores de comunidades localizadas na fronteira com outros países amazônicos estão recebendo a oportunidade de aprimorar seus conhecimentos no plantio de alimentos e criação de animais. Uma parceria entre a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas (FAEA) e o Exército Brasileiro tem proporcionado a realização de cursos que beneficiam os habitantes da fronteira, ensinando técnicas até então desconhecidas por eles. Realizados pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), na sede do Instituto Federal do Amazonas (Ifam), em São Gabriel da Cachoeira, os cursos reúnem militares estabelecidos nos Pelotões Especiais de Fronteira (que aprendem as técnicas no intuito de prestar assessoria às famílias vizinhas dos pelotões) e moradores das comunidades fronteiriças do Estado. Atualmente, estão sendo ministrados quatro cursos: Mecanização Agrícola, Piscicultura, Avicultura e Bubalinocultura (criação de búfalos). Morador da comunidade de São Joaquim (a uma semana de motor rabeta da sede de São Gabriel da Cachoeira), Max Gregório Peres, 21, está fazendo o curso de Mecanização Agrícola com a consciência da diferença que o conhecimento adquirido vai fazer par os comunitários. “Fica muito difícil para os mais velhos virem de lá para cá. Barco não chega. É só de rabeta ou de avião. Por isso é muito importante o que eu estou aprendendo aqui, a operar os tratores. Na comunidade até hoje a gente só conta com a enchada”, relatou. Vale ressaltar que a parceria entre o sistema FAEA/Senar e o Exército também prevê o envio de máquinas mecanizadas às comunidades. O presidente da FAEA, Muni Lourenço, também destaca a importância estratégica da formação de militares e comunitários das áreas de fronteira. “É motivo de orgulho para nós do sistema FAEA/Senar essa pareceria de longa data com o Exército Brasileiro e com o Comando Militar da Amazônia, sobretudo porque essa parceria vem rendendo frutos no sentido da geração de emprego e renda em áreas estratégicas, como o Alto Rio Negro e a fronteira”, afirmou. Muni Lourenço ressaltou ainda que os cursos ministrados atualmente marcam a retomada da programação de formação profissional rural destinada a militares, produtores rurais e indígenas da região do Alto Rio Negro e fronteira. “Isso certamente vem gerar uma perspectiva muito importante de desenvolvimento econômico e social de uma região que precisa da ocupação geopolítica estratégica até para que as populações daquela região possam ter atividade econômica de modo a evitar o avanço, por exemplo, do crime organizado e de atividades ilícitas, que infelizmente existem na região de fronteira”, disse.
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