Embrapa lança duas novas cultivares de guaraná no AM

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) lança no dia 13 de novembro de 2013, duas novas cultivares de guaranazeiro: BRS Saterê e BRS Marabitana. Ambas apresentam alta produtividade e resistência a doenças e estão sendo recomendadas para plantio como forma de aumentar a barreira à antracnose, principal doença do guaranazeiro no Amazonas. O lançamento é promovido pela Embrapa Amazônia Ocidental (Manaus-AM) e Embrapa Produtos e Mercado/Escritório da Amazônia. Conta com o apoio da Fazenda Rancho Grande, da Prefeitura de Itacoatiara e do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam - Escritório Local de Itacoatiara). A atividade também faz parte da programação da Embrapa alusiva à Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 2013. Saiba mais sobre as novas cultivares de guaraná As cultivares BRS Saterê e BRS Marabitana são cultivares de guaraná para plantio comercial. Ambas foram avaliadas no Amazonas, durante oito anos em ensaios preliminares e mais dez anos em ensaios em rede estadual, quanto às principais características: produtividade e resistência a doenças. De acordo com os pesquisadores da Embrapa Amazônia Ocidental, Firmino Filho, e André Atroch, que trabalham no melhoramento genético do guaranazeiro, uma característica dessas novas cultivares - BRS Marabitana e BRS Saterê - é a alta produtividade, em torno de 1 a 1,5 quilo de sementes secas por planta. Isso representa uma produtividade de 400 a 600 quilos por hectare, em plantios com espaçamento de 5 metros por 5 metros, onde se teria 400 plantas por hectare. Dessa forma, na mesma área se teria pelo menos 5 vezes mais que a produtividade atual obtida no Amazonas e assim permitiria aumentar a produção sem ocupar grandes áreas de plantio, evitando desmatamentos. Firmino acrescenta que pelas características da planta, pode se ter maior adensamento no plantio, elevando para 625 plantas por hectare. Com isso teria a produtividade de 1,5 quilos por planta, e aproximadamente mil quilos por hectare. “Se essa tecnologia for adotada, seria um ganho bastante representativo, entre 500% e 600% em relação aos plantios tradicionais do Amazonas”, afirma o pesquisador Firmino Filho, acrescentando que isso levaria o estado do Amazonas a retomar a posição de primeiro lugar em termos de produção de guaraná no Brasil. Atualmente o maior produtor é o estado da Bahia, onde não há problemas com doenças e pragas no guaranazeiro. Outra característica das novas cultivares é a resistência à doença antracnose, causada pelo fungo Colletotrichum guaranicola, um dos principais problemas para a baixa produção de guaranazeiros no Amazonas. De acordo com o pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental, fitopatologista José Clério Rezende, essas duas novas cultivares apresentam resistência genética média, ou seja podem ser atacadas em até 25% de sua copa, mas continuam produzindo, e essa resistência é estável, pois tem se mantido ao longo dos anos. Por isso, conseguem ser mais produtivas e dispensam o uso de fungicidas para o combate ao fungo. As plantas foram avaliadas no campo, no município de Maués, por ser uma região com grande ocorrência do fungo da antracnose. Além da resistência estável a antracnose, ambas cultivares, BRS Saterê e BRS Marabitana, apresentaram nas avaliações resistência completa à hipertrofia da gema vegetativa e galha do tronco, e suscetibilidade a hipertrofia da gema floral, que são outras doenças que afetam a planta. Em 2011, a Embrapa Amazônia Ocidental lançou quatro cultivares de guaranazeiro (os nomes são BRS Cereçaporanga, BRS Mundurucânia, BRS Luzéia e BRS Andirá), e agora em 2013 serão outras duas. Novas cultivares se diferenciam das anteriores por características agronômicas específicas. A diferença entre as cultivares BRS Saterê e BRS Marabitana está também em características físicas da planta, como formato e cor dos frutos, folhas e ramos. O teor de cafeína na BRS Marabitana é de 3,8% e na BRS Saterê de 4%. “A estratégia de lançar novas cultivares é uma forma de controlar a antracnose, aumentando a diversidade genética dos plantios e assim se criar uma barreira genética às doenças, especialmente para essa que é uma doença importante que afeta os cultivos no Amazonas”, explica o pesquisador André Atroch. O pesquisador André Atroch, também chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia, afirma que o guaraná tem uma demanda em ascensão, pois a indústria tem procurado o guaraná para vários usos, como cosméticos, bebidas energéticas, refrigerantes, extrato concentrado e indústria farmacêutica. O pesquisador informa que a produção tem aumentado, tanto no estado do Amazonas quanto na Bahia, com incremento maior no Amazonas, onde vem surgindo outros polos de produção além de Maués, com novas plantações nos municípios de Itacoatiara, Presidente Figueiredo, Coari e Apuí. “O cenário hoje é bastante positivo para quem quer plantar o guaraná, e o preço, em torno de 20 reais o quilo da semente, está bastante atrativo”. A produção de mudas das novas cultivares podem ser obtidas através de viveiristas credenciados pelo Ministério da Agricultura. Programação: 9h – Recepção 9h30 – Abertura ·Fernando Aparecido Francelino, gerente e proprietário da Fazenda Rancho Grande ·Rosildo Simplício, gerente do Escritório da Amazônia – Embrapa Produtos e Mercado ·Luiz Marcelo Brum Rossi, pesquisador e chefe-geral da Embrapa Amazônia Ocidental 9h 45 – Apresentação das cultivares BRS Marabitana e BRS Saterê ·André Atroch, pesquisador e chefe-adjunto de TT da Embrapa Amazônia Ocidental ·Firmino Filho, pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental ·José Clério, pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental 10h – Apresentação do viveiro de mudas ·Fernando Aparecido Francelino, gerente e proprietário da Fazenda Rancho Grande 10h30 – Lanche 11h – Encerramento Fonte: Embrapa Amazônia Ocidental Texto: Síglia Souza Foto: Felipe Rosa Embrapa Amazônia Ocidental
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